Quando os pequenos acidentes ocorrem...

No meio de um jantar romântico, após uma gostosa conversa sobre ser otimista diante das dificuldades e obstáculos da vida meu marido pede licença para ir ao banheiro. Ao retornar, ele sorri para mim e quando vai sentar se tropeça no pé da mesa fazendo com que o meu copo cheio de água vire em câmera lenta e toda a água caia em cima de mim. Enquanto o meu marido pede milhões de desculpas, caio na gargalhada. Ótima oportunidade para colocar o otimismo em pratica. Pelo menos era apenas água :-)

New York

Em New York me sinto em casa. O barulho, a agitação, o trânsito. Tão típico de São Paulo. O subway lotado e confuso, a sujeira e tanto português pelas ruas!
Andar pelas ruas de New York é como estar num filme, no seriado preferido. É esperar ver a senhora sem-teto que era amiga dos pombos em Central Park e Tom Hanks pulando no grande piano da Fao Schwarz. É andar pela 5th Avenue e quase ver a Carrie Bradshaw namorando um sapato novo ou olhar para o alto dos arranha-céus e ver o Homem-Aranha indo salvar alguma mocinha indefesa.
New York é especial porque foi cenário das minhas aventuras e andanças no primeiro ano em que estive nos Estados Unidos e morei na East Coast. Foi lá, no aeroporto JFK que coloquei os meus pés em solo americano pela primeira vez.
Pisar novamente em solo nova-iorquino foi bom e triste ao mesmo tempo. Todas as boas recordações vieram a memória, mas fez a saudade de pessoas queridas aumentar. Pessoas que andaram comigo por aquelas ruas e pessoas que desejo muito um dia poder estarem lá. Apesar de gostar tanto da cidade, a minha última visita mostrou que o meu lugar não é mais lá.
New York foi o lugar onde sonhei e realizei muitos sonhos, um lugar querido que sempre estará em meu coração.

Fonte: Arquivo pessoal


Os donos de toda a verdade

Durante o tempo em que moro nos EUA encontrei muitos, mas muitos brasileiros de todas as regiões do país e de todas as classes sociais. Independente de onde veio e o que veio fazer aqui, existe uma categoria de patrícios que são extremamente irritantes e que prefiro manter distância: aqueles que sabem e conhecem tudo,  generalizam tudo, odeiam o Brasil e os tipos "água e óleo".

1 - O tipo sei tudo, conheço tudo e generalizo tudo

Tem coisa mais irritante do que tentar manter uma conversa com uma pessoa que sabe absolutamente tudo sobre tudo? Este tipo geralmente coleta informação dos outros, de coisas que ouviu falar ou então viu na televisão e geralmente não sabe a história inteira ou todos os fatos. Mas acaba fazendo de sua própria opinião a verdade absoluta e ai de você se tentar contrariá-lo, especialmente em frente a outras pessoas. Explica pra mim como uma pessoa que morou a vida inteira no Sul do Brasil tem autoridade para falar sobre o Nordeste? Ou alguém de São Paulo dizer como é a vida em Manaus? No Brasil, a não ser que você seja milionário, a maioria das pessoas não tem oportunidade de viajar tanto dentro do nosso país  e ficar nestes lugares tempo suficiente para conhecer bem cada região, cada costume e cultura. Porque dentro do Brasil há vários "brasils" com sua própria característica. Mas os donos da verdade sabem de tudo sobre tudo e muitas vezes já vi gente dando informação equivocada sobre a minha querida São Paulo.
Quando alguém me pergunta algo sobre o Brasil, eu dou aquelas informações gerais, porque infelizmente não tive a oportunidade de viajar tanto em nosso país como tive aqui. O mais interessante é que quando encontro e converso com pessoas que ainda moram ou que acabaram de sair do Brasil, fico surpresa em como o nosso país mudou em 5 anos. Então agora quando dou informações eu sempre digo que "Há cinco anos, as coisas eram assim, mas estão mudando". Para as pessoas que sabem tudo eu escuto educadamente por 5 minutos e vou embora. Não tenho paciência e acho que não vale a pena confrontar, mesmo quando você sabe que a informação está errada. E como eu encontro isto em blogs! Especialmente quando a pessoa fala: Aqui nos EUA as coisas são assim! Mas peraí, você já morou em todos os estados e cidades americanas? Então não tem autoridade para falar como as coisas são nos EUA porque a enooormes diferenças entre estados e até mesmo entre cidades. Por exemplo: A Califórnia é muito grande e o estilo de vida das pessoas de Los Angeles e de São Francisco são muito diferentes. As cidades são diferentes, o clima é diferente.. .então eu não posso dizer que "Aqui na Califórnia as coisas são assim". Sempre vejo com desconfiança e pra mim, este tipo de comentário faz a pessoa perder totalmente a credibilidade.
Precisamos lembrar que somos pessoas diferentes e percebemos o mundo ao nosso redor de forma diferente e apesar do país e cidade em que moramos terem características comuns e uma cultura comum, há enorme diferenças de língua, costumes e cultura de região para região. Por isto tome cuidado com o que você ouve dos "Donos da verdade".

2 - O tipo: eu odeio o Brasil

Não sei se me dá nojo ou dó de pessoas assim. Acho que um pouco dos dois. O Brasil é um país perfeito? Não! Tem corrupção, tem falta de educação, de segurança, injustiça, pobreza. Mas isto também tem aqui nos EUA e em todo lugar do mundo. Nenhum lugar deste mundo é livre de defeitos e problemas, mas na cabeça destas pessoas o Brasil é um lixo e eles ficam felizes por terem saído de lá. Este tipo de atitude mostra uma pobreza de espírito muito grande. O Brasil é um país de potencial enorme e me traz tristeza muito grande de ver tantos recursos desperdiçados. Nós brasileiros somos os responsáveis pela situação em que o nosso país se encontra, não a nossa querida presidente e os políticos. Jogar a culpa neles é mais fácil, sentar e reclamar é mais fácil, tentar mudar dá muito trabalho e não adianta, então melhor é sair daqui.
Bom ou ruim, foi o país que você nasceu, onde recebeu educação (ou não), onde suas raízes estão. Nunca escondo os problemas do nosso país quando as pessoas me perguntam, mas tento enfatizar o lado bom porque sim, há muita coisa boa no nosso país que passa desapercebido ou desvalorizado como a alegria, a hospitalidade, as comidas, as belezas naturais, o potencial econômico, etc.
Encontrei pessoas aqui que faziam questão de esconder que eram brasileiros, tentavam a todo custo perder o sotaque e se americanizar o mais rápido possível. Um dia talvez estas pessoas aprenderão que eles podem mudar de endereço, podem até renunciar a cidadania brasileira se quiser, mas o Brasil será sempre parte da vida deles e isto não é motivo de vergonha para ninguém.
Um dia tive uma discussão daquelas com uma indiana que disse que quando EU me tornar cidadã americana não preciso mais me preocupar com passaporte e deveres brasileiros, afinal, eu serei americana. Ela me deu tal sugestão, porque foi o que ela fez. Se você perguntar pra ela o que ela é, ela é americana e não indiana. (prova que este tipo de pessoa está em todos os lugares do mundo). Pra este tipo de pessoa eu só posso dizer uma coisa, que posso até me tornar cidadã americana um dia, mas isto NUNCA vai mudar o fato de que sou brasileira. E se alguém me perguntar de onde sou, posso estar morando em Marte e ter uma coleção de 10 passaportes na minha bolsa, a resposta sempre será brasileira.
Às vezes penso que estas pessoas estão fazendo um enorme favor ao Brasil em sairem do país, espero que um dia elas possam achar um lugar realmente em que serão e se sentirão em casa.

3 - O tipo "água e óleo"

Acho que este é o tipo mais comum. A pessoa que não se mistura com os outros brasileiros de jeito nenhum, seja por vergonha, por medo de não se adaptar, ou simplesmente por achar que todo brasileiro é "gentalha" e deve ser evitado a todo custo.
Claro que é mais fácil encontrar e reconhecer os brasileiros festeiros e barulhentos pelos lugares em que passa, porque afinal, eles são barulhentos! Mas detesto quando vem a generalização de que "todo brasileiro é festeiro, não leva a vida a sério, só fala em português e só quer passar a perna nos outros." Existem este tipo de pessoas? Sim, claro que existe! Assim como americanos, chineses, coreanos, indianos... mas também há muitas pessoas que assim como qualquer pessoa comum trabalha, estuda, vai pra igreja, faz passeios saudáveis e está levando a vida numa boa. Estes a gente encontra por acaso, porque afinal, estão na deles vivendo a vida deles, então antes de torcer o nariz quando ouvir que a pessoa é do Brasil, as pessoas deveriam conhecê-la primeiro. Já fui alvo deste tipo de preconceito, porque sim, é um preconceito.Quando trabalhava numa escola de inglês, tinha contato com muuuuuuuuitos brasileiros. Gente de todos os níveis sociais e de diferentes personalidades. Tinha os barulhentos? Sim! Mas tinham médicos, pessoas mais velhas, donos de próprio negócio, estudantes focados num objetivo. Eu aprendi tanto com todos eles! Apesar de não se tornarem amigos mais íntimos porque tinham interesses diferentes dos meus, eram pessoas com quem eu trocava idéias e por morar mais tempo na Califórnia, alguém que eles podiam contar para uma ajuda ou um conselho. 
Da mesma forma que não se pode julgar um livro pela sua capa, não devemos fazer discriminação de pessoas por causa de suas nacionalidades. E pra mim, não há coisa mais patética do que discriminar alguém que  possue a mesma nacionalidade que você!

E alguém já se deparou com um destes tipos? Como você reage a eles?